Hoje trazemos um assunto polêmico diretamente de Mato Grosso: a possível proibição do herbicida glifosato, essencial para a agricultura do estado. Uma ação civil pública movida por várias entidades do Ministério Público busca barrar o uso deste agrotóxico, alegando riscos à saúde dos trabalhadores rurais. A medida, que começou a ser discutida em agosto de 2019, enfrenta forte oposição dos setores produtivos e políticos. Segundo Wellington Andrade, diretor-executivo da Aprosoja-MT, a proibição poderia reverter a agricultura aos métodos dos anos 1980, aumentando a erosão do solo e as emissões de carbono, além de causar prejuízos econômicos substanciais. Estima-se que a proibição poderia causar perdas de até R$ 220 bilhões na produção de soja e R$ 180 bilhões no milho. O processo ainda está em tramitação no Tribunal Regional do Trabalho, aguardando decisão dos desembargadores. A questão também repercutiu politicamente. O deputado estadual Gilberto Cattani e o coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso, Dilmar Dal Bosco, expressaram preocupação com o impacto dessa proibição no PIB brasileiro e na produção agrícola. Enquanto isso, na Europa, a União Europeia reautorizou recentemente o uso do glifosato por mais dez anos, destacando a segurança do produto quando utilizado conforme as recomendações. A decisão final sobre o uso do glifosato em Mato Grosso ainda está por vir e promete ser um divisor de águas para a agricultura brasileira.