O grupo Fazendas Reunidas Boi Gordo, criado por Paulo Roberto de Andrade no final dos anos 90, ganhou notoriedade como um dos mais significativos fraudes financeiras do setor agropecuário brasileiro. Prometendo lucros de mais de 40% em dezoito meses através da criação de gado Nelore, a empresa atraiu milhares de investidores. No entanto, revelou-se um esquema de pirâmide, causando perdas de cerca de R$ 6 bilhões para 32.000 pessoas. Atualmente, uma propriedade anteriormente pertencente à Boi Gordo, situada em Apiacás, Mato Grosso, com uma extensão de 59.939 hectares, está disponível para leilão, iniciando com uma oferta mínima de mais de R$ 88 milhões.
As Fazendas Reunidas Boi Gordo colapsaram financeiramente, resultando na venda de suas propriedades em leilão, das quais dezessete fazendas foram leiloadas entre 2017 e 2018, arrecadando R$ 540 milhões. Uma fazenda em Mato Grosso foi vendida por R$ 146 milhões em 2022, com os fundos começando a ser alocados aos credores somente em julho de 2022.
As vítimas do esquema incluíam figuras públicas como Vampeta, Marisa Orth e Antonio Fagundes, este último também atuando como garoto-propaganda da empresa. Os processos judiciais decorrentes dessa fraude se arrastam, com tentativas de golpes adicionais sendo relatadas. Apesar dos esforços, muitos investidores ainda não foram totalmente compensados pelas perdas. A história da Boi Gordo representa um dos mais notórios casos de falência e fraude no sistema financeiro do agronegócio brasileiro.