A chegada do Cervo Axis (Axis axis), também conhecido como Chital, às regiões do Sul do Brasil, tornou-se um motivo de preocupação ambiental. Originalmente proveniente da Ásia, este cervo foi introduzido nas fazendas de caça da Argentina e do Uruguai por volta de 1930, devido às suas características desejáveis para atividades cinegéticas, incluindo seu tamanho e impressionante galhada. Com o tempo, esta espécie exótica invasora começou a migrar, alcançando o Brasil e sendo oficialmente documentada no Parque Estadual do Espinilho, no Rio Grande do Sul, em 2009.
A presença deste cervo no Brasil tem aumentado, com registros em áreas urbanas e naturais, levantando questões sobre sua influência na fauna e flora locais. Devido à sua adaptação bem-sucedida e falta de predadores naturais, o Cervo Axis tem potencial para se tornar uma espécie invasora problemática, competindo por recursos com espécies nativas e causando impactos ambientais negativos.
Na Argentina, a situação já é considerada grave, com a província de Corrientes classificando o Cervo Axis como praga e autorizando sua caça seletiva para controle populacional. Essa medida visa proteger os ecossistemas locais dos danos causados pela espécie, que incluem a competição com a fauna nativa e a intrusão em áreas protegidas.
No Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, medidas regulatórias foram implementadas para gerenciar a população do Cervo Axis, permitindo a caça controlada dentro de certas diretrizes. Apesar dessas ações, os desafios associados à gestão de espécies exóticas invasoras continuam a exigir monitoramento e intervenções estratégicas para prevenir impactos ecológicos e sociais adversos, mantendo o equilíbrio dos ecossistemas locais.